Paisagens Noturnas
Surgem num período em que eu investigava questões de espiritualidade, de crenças em uma força maior, universal, invisível, indivisível. A cor preta predominante nessa série que chamo de noturnas tem como pano de fundo essa percepção de que a cor preta pode ser encontrada em todas as misturas de tinta, até mesmo na mistura das tintas claras. Chamo de preto cromático o que utilizo nas pinturas, porque ele é produzido no ateliê, pouco a pouco, a partir da mistura de duas ou mais cores. Essa cor portanto não é uniforme, ela tem matizes diversos, e um alcance cromático que me parece volumétrico, vai além. A profundidade ilusória trazida por essa variação tonal do preto trouxe questões de interferência e de (re)integração do equilíbrio das composições que eu vinha experimentando há algum tempo. Confronto necessário após um período de conforto.